Quando a vida faz a curva
Lá pela casa dos enta
A gente não mais representa
Depois de tantas idas
E vindas do sol e da chuva
Tira-se o sapato apertado
E descalços de vaidades
Olhemos com nossos olhos
O mistério do existir
Aquele que ninguém nos contou...
Muito se aprende e pouco se usa
É muito o calculo e pouca é a piada
Gente letrada é chata e não ri
A mais bonita vive para si
O mais inteligente tem miopia
O doutor está desempregado
Suado e com pouco pão
O mais importante não é o "figurão"
Mas quem trabalha para ele
E escreve os seus discursos
Os imprescindíveis são anônimos...
Depois de tanto tempo
A essência é a que fica
A beleza é passada
O homem é o seu legado
Exemplificado em boas ações
Tão cedo sempre acorda
Segunda, terça e quarta...
E, no final, mais um por do sol não visto
Mais um dia perdido
Mais uma hora sem riso
Mais uma canção que já se foi...